Eu tenho um carinho muito grande pelo Opium, por me trazer gostosas lembranças da minha infância (mamãe adorava usá-lo)

Quando acompanhei o lançamento do Black Opium, imaginei que seria uma interpretação mais moderna, jovial e ousada do Opium tradicional. Um filho descolado

O Black Opium é um daqueles perfumes de evolução montanha russa: a cada momento você experimenta uma nova sensação

O perfume abre de um modo que me lembra muito xarope de alcaçuz. Um toque adocicado e de consistência mais densa, que lembra mel.

No início, também é possível notar uma cremosidade na fragrância. A baunilha e as amêndoas são bem destacadas.

Essas amêndoas são a grande estrela do Black Opium, presentes do início ao fim. Juntamente com a flor de laranjeira, deixam a fragrância mais leve e feminina.

Não demora muito tempo para notar uma pitadinha picante bem tímida da pimenta e do próprio alcaçuz.

E aí chegamos na notinha do café.

O café geralmente dá uma limpada na fragrância, de modo a tirar um pouco da intensidade de algumas notas e trazer uma característica mais robusta e encorpada.

Infelizmente, na minha pele, ele deu uma desandada. O café ativou uma característica animálica de algumas notas (não de uma forma agradável).

Agradeço por ter durado pouco tempo.

Depois de algumas horas, as amêndoas me lembram muito aquele cheirinho gostoso que fica na latinha de amêndoas confeitadas. Trazem aconchego e delicadeza.

A partir daí, a fragrância passa a ter uma personalidade floral (branco, com pétalas talcadas) amendoado com fundo amadeirado neutro e confortável.

Sinceramente, tinha uma expectativa completamente diferente do Black Opium.

Com base em sua propaganda impressa e em vídeo, do preto brilhante na sua embalagem e principalmente da primeira hora de sua duração, esperava uma fragrância arrebatadora, que trouxesse algo quente ou exótico.

Apesar do Black Opium ter me enganado no início, no final das contas, percebi que é um floral bem agradável, delicado e confortável.